Ele a beija
com a vontade de quem prova manga rosa pela primeira vez. Com os dedos entre
seus cabelos e sentindo a vontade desde sempre de tê-la ali na cama, ele
transborda:
- Eu sempre
esperei por esse momento. Parece um sonho.
Ela,
impondo distância aos quatro lábios, olha para ele perplexa e deixa a franqueza
gritar:
- Que pena.
Ainda prefiro ser algo real. Sonhos enganam, embaçam, encerram-se ao despertar.
Ela acorda
ao som do despertador, olha para o lado e se vê só na cama. Ainda tonta de
sono, vai ao banheiro obrigada pela sua bexiga. Ao voltar, descobre o
pacote da camisinha rasgado no chão.
Sorri satisfeita. Enfim, era palpável. E não mais ilusão, produto de
emoções catatônicas. O Apolíneo fora, enfim, refutado.
Um comentário:
Tiremo-nos dos pedestais em que nos colocam. A realidade é sempre mais interessante. Às vezes não como esperamos, mas tem seu charme.
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