domingo, 24 de julho de 2016

Dionisíaco para dois!


Ele a beija com a vontade de quem prova manga rosa pela primeira vez. Com os dedos entre seus cabelos e sentindo a vontade desde sempre de tê-la ali na cama, ele transborda:
- Eu sempre esperei por esse momento. Parece um sonho.
Ela, impondo distância aos quatro lábios, olha para ele perplexa e deixa a franqueza gritar:
- Que pena. Ainda prefiro ser algo real. Sonhos enganam, embaçam, encerram-se ao despertar.

Ela acorda ao som do despertador, olha para o lado e se vê só na cama. Ainda tonta de sono, vai ao banheiro obrigada pela sua bexiga. Ao voltar, descobre o pacote da camisinha rasgado  no chão. Sorri satisfeita. Enfim, era palpável. E não mais ilusão, produto de emoções catatônicas. O Apolíneo fora, enfim, refutado.